“Os direitos humanos são violados não só pelo terrorismo,
a repressão, os assassinatos, mas também pela existência
de extrema pobreza e estruturas econômicas injustas,
que originam as grandes desigualdades”.
(Papa Francisco)
O cenário contemporâneo está marcado pelo agravamento das desigualdades sociais e da corrupção, do retrocesso nas políticas públicas, do consumismo desenfreado, da violência, narcotráfico, entre outras vulnerabilidades sociais que atingem as famílias, especialmente as mulheres, crianças, adolescentes, jovens e idosos que na grande maioria não encontram perspectiva de vida.
As equipes de Cáritas paróquias estão inseridas nessa realidade e desenvolvem um trabalho significativo junto as famílias e às comunidades. É uma rede de pessoas que presta o serviço de solidariedade e de promoção humana. Estão presentes nas articulações das políticas públicas e na formação de comunidades e lideranças. A Cáritas está no coração da Igreja como serviço eclesial indispensável à promoção da vida, na solidariedade libertadora e na luta pela defesa e garantia dos direitos sociais, juntos ás famílias em vulnerabilidade social.
Na fidelidade do seguimento de Jesus de Nazaré, assumimos corajosamente, a missão da Cáritas: “Testemunhar e anunciar o Evangelho de Jesus Cristo, defendendo e promovendo toda forma de vida e participando da construção solidária da sociedade do Bem Viver, sinal do Reino de Deus, junto com as pessoas em situação de vulnerabilidade e exclusão social”.
No ano de 2018 o trabalho foi desenvolvido na Diocese de Novo Hamburgo, por 50 equipes de Cáritas paróquias, somando o total de 650 voluntários (as) que desenvolvem o trabalho de forma continuada, permanente e planejado junto às famílias em situação de vulnerabilidade social, na perspectiva da defesa e efetivação dos direitos socioassistenciais, a promoção humana e o enfrentamento das desigualdades sociais.
“MUITA GENTE PEQUENA,
EM MUITOS LUGARES PEQUENOS,
FAZENDO COISAS PEQUENAS,
MUDARÃO A FACE DA TERRA“
(Provérbio Africano)
Prestaram a solidariedade por meio do acolhimento das famílias, mobilização, orientação para acessarem seus direitos e repasse dos benefícios eventuais (cesta básica, roupas, calçados, sopões, etc.) para 3.612 famílias. Dessa forma, contribuem para garantir a Proteção Social Básica, a segurança alimentar e nutricional e o acesso aos direitos, ou seja, garantir a cidadania, pondo em prática o mandato de Jesus. “Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância” (Jo 10,10).
Além disso, motivaram e mobilizaram os usuários a participarem dos cursos e oficinas de aprimoramento, objetivando as alternativas de trabalho e renda, o empoderamento a fim de que possam caminhar com suas próprias pernas. Participaram dessas atividades 1.080 usuários, que na grande maioria, estão melhorando a qualidade de vida das suas famílias e ou estão tendo sua própria subsistência por meio dos empreendimentos MEI (Micro Empreendimento Individual) e, ou pelo ingresso na economia solidária, participando dos fóruns de debate e das feiras de produção, expondo e comercializando seus produtos. A economia solidária é uma alternativa inovadora na geração de trabalho e na inclusão social. É um jeito de produzir, de vender, de consumir produtos, de oferecer e receber créditos, onde as pessoas não são movidas pela ganância, mas pelo desejo de que todos possam viver bem, sem prejudicar o meio ambiente. Os princípios da economia solidária são: autogestão, democracia, solidariedade, cooperação, respeito à natureza, comércio justo, consumo solidário e valorização e promoção da dignidade do trabalho humano.
Outra atividade desenvolvida pelas equipes são os Projetos: Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, para 180 crianças e adolescentes (contra turno escolar) com atividades de música (canto e instrumentos musicais), oficinas de artesanato, reforço escolar, teatro, trabalhos socioeducativos, informática, conserto de computadores, atividades lúdicas e esportivas, entre outros. A finalidade do projeto é garantir Proteção Social Básica, com foco para o fortalecimento dos espaços de convivência, formação para a participação cidadã, desenvolvimento do protagonismo e da autonomia das crianças e adolescentes, a partir dos interesses, das demandas e das potencialidades dessa faixa etária.
Convém destacar que a grande maioria das equipes participam dos espaços de controle social como: Conselhos Municipais: da Assistência, do Direito da Criança e Adolescente, da Segurança Alimentar e Nutricional, da Mulher, do Idoso, da Saúde e das reuniões da Rede, Fórum da economia solidária, Conferências, etc., bem como, das atividades pastorais das comunidades.
“Diante dos desafios e contradições do nosso tempo, a Caritas tem a difícil,
mas fundamental tarefa de fazer com que o serviço caritativo
se torne um compromisso de cada um de nós e que toda
comunidade cristã se torne sujeito de caridade”.
(Papa Francisco)
Autor(a): ANNA MARISA WERNER – ASSISTENTE SOCIAL
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