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Missa de posse Padre Marco

NOTA PASTORAL (09/2020) sobre a AÇÃO EVANGELIZADORA neste tempo de PANDEMIA:

“Eles eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos,

na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações” (At 2,42).

Queridos padres, diáconos, religiosos, colaboradores nas secretarias e integrantes dos diversos conselhos paroquiais, agentes de pastoral e todo povo de Deus! De acordo com a atualização da legislação sobre o distanciamento controlado no Estado do Rio Grande do Sul e nos municípios do território de nossa Diocese de Novo Hamburgo, após termos nos reunido com o nosso Conselho de Presbíteros, queremos também atualizar, através desta nota pastoral, nossos protocolos diocesanos para a ação evangelizadora neste tempo de pandemia. De fato, o intenso trabalho da Pastoral da Comunicação nestes últimos meses do “fique em casa” permitiu à Igreja chegar às casas e manter-se próxima, atingindo muitas famílias. No entanto, o vínculo online criado não completa e não substitui a vida cristã que tem por fundamento a participação na comunidade. O Espírito Santo, hoje, nos chama a realizar um novo êxodo, uma nova passagem: do “cristão discípulo missionário” para as “comunidades eclesiais missionárias”. O principal desafio hoje é: superar o conforto de cada cristão continuar recolhido em viver a fé em sua própria casa e recuperar o sentido da comunidade cristã como verdadeira casa. Trata-se de retomarmos o dinamismo de ser Igreja, e como Igreja – comunidade, praticar a fé e viver a missão, sempre respeitando com prudência todos os protocolos de cuidado e serviço à vida que o tempo presente nos exige.

CARIDADE: A acolhida feita nas secretarias paroquiais, pelas pastorais sociais e a Caritas precisa mais do que nunca estar ocorrendo e atenta às novas realidades de crise de sentido da vida, vulnerabilidade social, miséria, sofrimento e exclusão que vêm surgindo. Continuem, com todo cuidado, a serem incentivadas e divulgadas todas as iniciativas nesse sentido e adotados todos os protocolos da Caritas Brasileira, das coordenações das Pastorais Sociais e das autoridades. Sugerimos que, quando ocorrer a retomada presencial das diversas pastorais, serviços, movimentos, círculos e comunidades, tudo se inicie com um gesto concreto comum em relação à prática do real senso da caridade: há tanto o que ser feito nesse sentido a nível paroquial e diocesano. Que continuem e se intensifiquem as iniciativas de solidariedade e partilha entre paróquias e padres em vista do enfrentamento da crise. Já no que diz respeito aos protocolos da assistência espiritual aos enfermos e aos enlutados (inclusive funerais), que cada pároco decida, com bom senso, de acordo com as orientações das autoridades municipais.

CATEQUESE: As atividades presenciais da catequese com crianças e adolescentes só sejam retomadas, a critério da coordenação diocesana e de cada pároco, a partir do retorno às aulas presenciais em toda rede pública de ensino, respeitando todos os protocolos orientados pelas autoridades. Continuamos a incentivar as diversas iniciativas adotadas com a criatividade pastoral necessária para o tempo presente: de fato, a catequese online foi válida onde ocorreu e serviu para sustentar a fé e a formação cristã, mas não substitui a preparação catecumenal que exige a participação da e na comunidade tão logo tivermos todas as condições necessárias. E já se pode retomar, onde for possível, o trabalho da Pastoral Familiar em relação à catequese pré-matrimonial (curso de noivos) e pré-batismal (curso de Batismo), sempre respeitando todos os protocolos exigidos para o serviço religioso pelas autoridades e seguindo a orientação do pároco e da coordenação diocesana.

LITURGIA: A abertura das Igrejas para a oração pessoal, assim como a celebração pública da Eucaristia e demais sacramentos (Batizados, Casamentos…), siga todos os protocolos das autoridades públicas e as orientações divulgadas no site da CNBB (entre elas, a comunhão ser na mão e o esvaziamento das pias de água benta). O mesmo vale para as celebrações da Palavra realizadas por ministros leigos, que poderão ser retomadas conforme a necessidade, a juízo do pároco. Continuamos a incentivar a leitura orante da Palavra de Deus e a oração do terço nas famílias, bem como as transmissões online ao vivo, em especial às pessoas que ainda não podem participar presencialmente. No entanto, estamos pela presente nota pastoral extinguindo a dispensa do cumprimento do preceito dominical concedida em nosso decreto de março. Recordamos, porém, a quem ainda não puder sair de casa e participar presencialmente, que, em consciência, ninguém está obrigado ao que é impossível: se ainda precisar, então fique em casa se cuidando e cuidando dos outros! A quem puder participar, exortamos: com todos os cuidados, volte para a casa que é a comunidade! Enfim, quanto aos protocolos da retomada presencial das atividades dos diversos grupos de oração: que cada pároco decida, com bom senso, de acordo com as orientações das autoridades municipais e o antes já exposto sobre a caridade; evite-se, porém, até nova ordem, qualquer tipo de contato físico entre pessoas e realize-se, conforme as normas, a higienização do espaço antes e após o encontro.

MISSÃO: Exortamos a todo fiel que frequenta nossas atividades a assumir pelo dízimo o necessário vínculo de amor com a comunidade paroquial a que pertence. No que diz respeito às festas e promoções das comunidades: os festejos com aglomeração de pessoas sejam todos eles ainda suspensos até futura indicação; poderão, no entanto, continuar a serem feitas pequenas promoções em sistema de “leve para casa”, adotando todos os protocolos previstos pelas autoridades. Quanto aos protocolos para as diversas pastorais, serviços, movimentos, círculos e comunidades relacionados à juventude e à família: ao se concretizar a volta às aulas presenciais, que cada pároco decida, com bom senso, de acordo com as orientações das autoridades municipais, ouvindo as coordenações diocesanas e observando o mesmo já exposto antes para os grupos de oração no que se refere à caridade, ao não contato físico e à correta higienização do espaço. Por fim, ainda uma palavra sobre o vasto campo missionário que é o mundo político: incentivamos a participação de todos os fiéis leigos na transformação da sociedade pela política, orientando-os a seguir de acordo com os princípios do Evangelho; em particular, neste ano de eleições municipais, com o objetivo de respeitar a legislação e evitar cassações, orientamos que todo aquele que tem alguma missão pastoral em nossas comunidades e se apresentar como candidato seja, durante o período de campanha eleitoral, desvinculado temporariamente de suas atividades pastorais, embora continue sendo por nós acolhido e conte com a Igreja, mãe e mestra, para todo tipo de orientação espiritual e conselho.

As novas Diretrizes Gerais para a Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil apresentam a comunidade evangelizadora como casa, sustentada por quatro pilares: a Palavra (catequese), o Pão (liturgia e espiritualidade), a Caridade e a Missão. Em torno desses quatro pilares, publique-se e divulgue-se a presente nota pastoral sobre os protocolos para ação evangelizadora neste tempo de pandemia. Somos gente de esperança, sabemos que logo esta situação vai passar! E quando passar, temos já a consciência de que será tempo de muita paciência em não multiplicar eventos a nível diocesano; mas sim, priorizar a vida paroquial. Que todos nós possamos ser perseverantes (cf. At 2,42), assim como os primeiros cristãos que no meio de tantas dificuldades mantinham sempre a viva esperança e otimismo. De fato, “é permanecendo firmes que ireis ganhar a Vida” (cf. Lc 21,19).

Novo Hamburgo, aos dezessete dias do mês de setembro do ano do Senhor de dois mil e vinte.

Autor(a): Dom Zeno Hastenteufel, Mons. Valnei Armesto, Pe. Jeferson Schaefer Furtado

Direitos da Imagem: ASCOM NH

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