Estamos na quaresma e ao mesmo tempo em quarentena! Que momento para uma parada especial em nossas vidas. Um momento de conversão, de reflexão, de estudo e de muita oração.
Estar em casa e ficar com sua família. Eis o lema!
Nossa casa é lugar de aconchego, um lar, um santuário de oração e de paz, um porto seguro em família. Um momento propício para pensar na nossa Casa Comum segundo o Papa Francisco em seu Laudato Si.
Diante do isolamento social, há muitas perguntas, poucas respostas. O que fazer? Em quem acreditar? O que fazer diante deste contexto? Primeiramente… manter a calma, a tranquilidade e acreditar firmemente que em breve, tudo irá passar! Precisamos fazer nossa parte e confiar em Deus! Este momento é sério e é vital para todos!
É chegada a hora de parar mesmo e refletir sobre nossa vida, sobre a família e rezar mais.
Eis o tempo de conversão, não para o outro, mas para nós mesmos. Parar, refletir, sentir, viver o que às vezes, não se consegue na rotina diária.
Nesta quaresma, que possamos nos dar o tempo para reflexão, conversão, mudanças de atitudes, para oração, para curtir a família, projetar e planejar a vida e para estreitar ainda mais os laços familiares. Maria em suas aparições pediu que a humanidade rezasse em família. O Papa Francisco pede que possamos olhar atenciosamente o nosso próximo. E nós? O que fazemos? Muitas vezes somos absorvidos pelas demandas diárias que não percebemos o sentido simples da vida.
Ao mesmo tempo que vivemos esta pandemia, não podemos esquecer que algo de muito bom está acontecendo. Estar em família! Dar mais atenção aos nossos idosos, aos filhos, pais, esposas, maridos, nossa família.
A Pastoral da Educação sugere aos pais que possam rezar mais junto aos filhos, possam aprender e ensinar pais e filhos, filhos e pais numa constante aprendizagem e um estreitamento ainda maior de laços familiares. Momento de olhar para nossas relações pessoais, de fortalecer os vínculos afetivos e de fazer memórias.
“O ensinar e o aprender são campos propícios para crianças, jovens e adultos crescerem em todas as dimensões. Hoje, ensina-se aprendendo, aprende-se ensinando. O sujeito e o objeto à educação estão numa continua troca de posições, sem nenhuma das partes sentir-se minimizada ou excluída.” (BONHEMBERGER; MENTGES, 2016, p.90)
É preciso desacelerar e viver a empatia, o protagonismo a resiliência pelo próximo. Estar aberto para as novas descobertas e estratégias diante desta crise mundial.
Brincar com seu filho/a ouvir suas histórias, criar jogos e brincadeiras, valorizar os momentos de estar junto e ser presença são valores que não tem preço. Não podemos terceirizar a educação do filho/a para o outro. Bem pelo contrário, a família precisa assumir mais seu papel por ser um santuário de amor e por ser divina!
“A Família é uma Arquitetura Divina” frase do Papa João Paulo II. No Encontro Mundial das Famílias com o Papa em 1997, no Rio de Janeiro, o Santo Padre falou o quanto a família é divina, realmente ela é uma arquitetura divina, a qual precisa ter um olhar especial para cada membro desta. Precisamos refletir como está este olhar e valorizar cada segundo por abraçar e acarinhar seus filhos/as.
O cenário hoje mostra a aceleração econômica muito forte, que quase fica em primeiro lugar! E a família? E a educação? É preciso aproveitar este tempo de quaresma para abrir
os olhos para esta reflexão. É preciso aprender com toda esta situação, valorizar cada detalhe simples da vida e levar adiante. Ter a certeza que cada abraço, carinho e gesto terão sentidos diferentes para o futuro. Não serão iguais daqui para a frente!
Que nesta quaresma possamos nos sensibilizar com toda esta situação mundial, sem procurar os culpados, mas para vivermos uma vida mais digna, fraterna e humana com nossa família, tendo a consciência que somos seres planetários.
Autor(a): Claudia Raquel Büttenbender Pastoral da Educação – Diocese de NH