Cáritas: Rede de Sustentabilidade

Sustentabilidade não diz respeito à dimensão da sustentação financeira, mas a um conjunto amplo de dimensões do desenvolvimento institucional que determinam as chances de êxito duradouro da organização. Com base do material dos encontros de formação: Projeto Construindo o Futuro, Preservando a Criação, destacamos as seguintes dimensões da sustentabilidade:

  • Dimensão mística e espiritualidade: é força interior que nos abre para os (as) outros (as), com uma ternura e compaixão especial pelos que sofrem a injustiça.
  • Dimensão sociopolítica: é o perfil e o grau de envolvimento e participação em prol do desenvolvimento humano, a estabilidade das instituições públicas e culturais, bem como a redução de conflitos sociais. É um veículo de humanização da economia, e, ao mesmo tempo, pretende desenvolver o tecido social nos seus componentes humanos e culturais.
  • Dimensão Técnica: envolve a qualidade do trabalho realizado, o potencial para fomentar a mudança social, a existência de um efetivo sistema de planejamento, monitoramento e avaliação, entre outros.
  • Dimensão financeira: o volume das receitas, o grau de diversificação de fontes de apoio, a capacidade de mobiliar recursos próprios para a manutenção e a continuidade dos trabalhos.

Nesse sentido, a Rede Cáritas, de Novo Hamburgo, tem inúmeros avanços. O trabalho é realizado gratuitamente por 650 voluntários (as) que doam, com amor, seu tempo, suas habilidades e conhecimento em prol do crescimento pessoal e das famílias em situação de vulnerabilidade. Vivenciam a mística do Bom Pastor: “Eu Vim Para Que Tenham Vida e Vida em Abundância” (Jo.10,10). Acolhem as famílias e prestam a solidariedade, lutam para garantir a melhoria da qualidade de vida das mesmas. Se empenham para realizar o Bazar solidário, a promoção de eventos, produção e comercialização de produtos (alimentação e dos artesanatos – ênfase no reaproveitamento do material reciclado), entre outros, com a finalidade de garantir a continuidade, ou seja, a sustentabilidade dos trabalhos e para ampliar e qualificar os mesmos. Nesse sentido, a grande maioria das equipes realizam as oficinas e cursos para os usuários, motivando-os a buscarem as alternativas de trabalho e renda, por meio dos empreendimentos individuais e ou pela economia solidária. Estas ações devem diminuir as desigualdades sociais, ampliar os direitos e garantir acesso aos serviços (educação, assistência social, saúde e trabalho) que visam possibilitar as pessoas acesso pleno à cidadania. Dessa forma, os trabalhos estão em consonância com a Política Nacional da Assistência Social (superando o assistencialismo) e em consonância com a Missão da Cáritas:

“…. Defendendo e promovendo toda forma de vida e participando da construção solidária da sociedade do Bem Viver, sinal do Reino de Deus, junto com as pessoas em situação de vulnerabilidade e exclusão social “.

Os desafios são imensos, mas urge o grito de cuidarmos da casa comum. O Papa Francisco enfatiza, na encíclica: Laudato si que, proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral. “A Carta Encíclica “Laudato si´ destaca que hoje mais do que nunca, tudo está intimamente conectado e que a proteção do meio ambiente não pode se separar da justiça para com os pobres e da solução dos problemas estruturais da economia mundial“. Portanto, para Francisco, é necessário “corrigir os modelos de crescimento” que são incapazes de garantir o respeito pelo meio ambiente, a aceitação da vida, o cuidado da família, a equidade social, a dignidade dos trabalhadores e os direitos das gerações futuras. Enfim, para haver mudanças ecológica, o ser humano precisa mudar. A conversão passa pela educação e espiritualidade ecológica. Isso supõe: outro estilo de vida (consumo consciente e com a capacidade de dizer não a produtos e empresas que degradam a natureza). Educar para o cuidado, criando novos hábitos (mudar comportamentos que degradam a natureza: evitar o uso do plástico, reduzir o consumo da água, separar o lixo, não desperdiçar comida, plantar árvores, apagar as luzes desnecessárias, etc. Conversão ecológica, cultivo da alegria e de paz, amor cívico e político, recuperar a dimensão sacramental do criado. É preciso recuperar o ato de rezar, agradecer e contemplar para mudar a forma de pensar, sentir e viver que hoje estão ancorados na posse e no consumo.

Autor(a): Anna Marisa Werner – Assistente Social

Direitos da Imagem: Pascom NH

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